Cid afirmou ainda que Campos "demonstrou serviço na prática",
o que o credencia a pleitear a cadeira de Dilma Rousseff
Uma das principais lideranças do PSB, o governador do Ceará, Cid Gomes, defendeu a saída da sigla do governo Dilma Rousseff em caso de candidatura própria à Presidência em 2014 - o nome mais cotado hoje no partido é o de Eduardo Campos, governador de Pernambuco.
Cid, porém, disse não ver "inclinação neste momento" para isso. "O natural seria a gente apoiar a reeleição de Dilma", afirmou o socialista.
O PSB atualmente tem o comando do Ministério da Integração Nacional e da Secretaria Especial de Portos, com status de ministério.
"Se a gente tem esse desejo (candidatura própria), deveria se afastar do governo e ter como principal estratégia propor o nosso estilo de governar".
Cid afirmou ainda que Campos "demonstrou serviço na prática", o que o credencia a pleitear a cadeira de Dilma Rousseff. Disse falar em caráter pessoal, e não pelo PSB. "Em todo partido há gente que defenda todo tipo de posição".
Fusão
O governador cearense descartou eventual fusão com o PSD, como especulou-se à época da criação do partido do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Mas disse considerar alianças com a legenda. "Embora em muitos lugares o PSD seja composto por pessoas que têm boa relação com o PSB, eles são meio heterogêneos. O PSB é um partido de esquerda, já o PSD é de centro-direita", disse.
Campos
Eduardo Campos tem sido pragmático na busca de unificar o partido em torno de seu nome e ainda ampliar sua inserção no Sul e no Sudeste na eleição municipal deste ano.
Com esse objetivo chegou a oferecer a Secretaria de Relações Institucionais da sigla ao ex-ministro Ciro Gomes, seu principal ´concorrente´ dentro do partido.
Em dezembro, durante o congresso do PSB que o reconduziu ao comando do PSB, Ciro chegou a dizer que respeitava o desejo do governador de se candidatar, mas se considera mais preparado que o pernambucano.
Em vez de rebater Campos concordou com Ciro e disse que o candidato do PSB hoje seria o ex-ministro. Para as eleições deste ano, Campos disse que o PSB deverá participar do pleito em 4 mil municípios, com cabeça de chapa em cerca de 1,5 mil.
Ele prevê que o partido consiga eleger perto de 500 prefeitos. Hoje, o PSB tem 314. Na eleição passada os socialistas conquistaram apenas 176 cidades.
Nos três Estados do Sul, o partido tem apenas 27 das 1.188 prefeituras. No Sudeste, são 57 prefeitos nos 1.668 municípios.
Das 314 prefeituras administradas pela sigla, 205 ficam no Nordeste, sendo 49 em Pernambuco, 44 no Rio Grande do Norte, 22 no Estado do Ceará (das 184 prefeituras) e 16 na Bahia (417 existentes).
Diário do Nordeste